Once Upon A Time: Uma Rainha Má nem tão má assim

A magia deve estar no ar.

Talvez seja por isso, segundo Lana Parrilla, a estrela de 'Once Upon a Time', que o seriado da ABC virou um sucesso tão grande, enquanto trabalhos anteriores seus como 'Boomtown' (2002-2003), 'Windfall' (2006), 'Swingtown' (2008) e 'Miami Medical' (2010), que tinham tudo para se tornar populares, simplesmente desapareceram do cenário televisivo.

'Eu acho mesmo que 'Once Upon a Time' tem qualquer coisa de mágico', diz a atriz, a bela morena que interpreta a Rainha Má e Regina Mills. 'Posso ver isso em muitos aspectos, desde o elenco, talentosíssimo, até seu conceito, que é único.'

'Essa era também uma característica de 'Swingtown' e que, no fim, acabou prejudicando a série', ela admite, 'porque era tão sem limites, tão aberta, que o público começou a ter dificuldade em acompanhar. Já 'Once Upon a Time' mostra os contos de fadas com que crescemos, que adoramos. Os personagens são muito conhecidos e queridos. São histórias tão antigas que atraem até aquele espectador de 75 anos que curte os filmes da Disney e tudo mais. Acontece que, justamente pelo fato de serem tão queridos, continuam atraindo os jovens, o que só aumenta o interesse no nosso seriado em todas as faixas etárias'.

'Sem contar que a qualidade do roteiro é excepcional', ela se entusiasma. 'Adam Horowitz e Eddie Kitsis, os produtores, tiveram seis anos de experiência com 'Lost' (2004-2010) e sabem muito bem como dar vida aos personagens e caracterizar esses universos.'

'O programa tem fôlego e se desenvolve em várias direções', ela prossegue. 'As histórias são infinitas e é isso que mantém o público interessado. Não estamos enfiados no mesmo hospital o tempo todo; tudo muda, tudo passa, os personagens são expostos a todo o tipo de emoção.'

'Esse tipo de ação atrai o meu interesse também como atriz', ela explica. 'Só imagino, como telespectadora, vendo uma hora por semana, como deve ser eletrizante.'

Atualmente na segunda temporada, 'Once Upon a Time' continua a acompanhar as vidas de seus personagens, figuras de contos de fadas que vivem o dia-a-dia como pessoas normais na cidadezinha de Storybrooke, no Maine por causa de uma maldição da Rainha Má. Os episódios amarram cenas passadas em Storybrooke e no Mundo dos Contos de Fadas, revelando as histórias secretas de Branca de Neve/Mary Margaret (Ginnifer Goodwin), Emma Swan (Jennifer Morrison), Príncipe Encantado/David Nolan (Josh Dallas), Rumplestiltskin/Sr. Gold (Robert Carlyle), Rainha Má/Regina Mills e mais.

Regina é a prefeita de Storybrooke e mãe solteira de um filho adotado, Henry (Jared Gilmore), cuja mãe biológica é Emma. Ao final da primeira temporada, a maldição foi interrompida e ela se viu exposta e indefesa. Agora, na segunda, ela recuperou seus poderes, mas sua relação com Henry está abalada e se vê forçada a enfrentar a própria mãe, a poderosa e malvada Cora (Barbara Hershey).

'Adoro a Regina', diz Lana, por telefone, do set de gravações em Vancouver, 'e o fato de que ela ainda está descobrindo muita coisa sobre si mesma, detalhes que não compreende bem, mas que fazem parte de sua jornada espiritual. Amo o fato de ser tão impulsiva, temperamental, de fazer burradas ‒ para depois ter momentos de revelação em que descobre que precisa seguir outro rumo, não só em relação a si mesma, mas aos outros à sua volta. É uma personagem complexa, com ela não tem nada em preto e branco'.

'O que está acontecendo agora é muito interessante', ela prossegue, 'porque ela está usando a magia de uma forma diferente do que o fazia no passado, ou seja, se torna meio dependente de um livro. Ao usá-lo ‒ e, consequentemente, sua mágica ‒ começa a se tornar a pessoa que mais odeia, que é a mãe. Porém, Regina tem escolha e decide deixar isso tudo de lado para recuperar o amor do filho, que não tem poderes. É quase como um Alcoólicos Anônimos mágico'.

Quanto tempo uma resolução dessas pode durar?

'Aí é que está', ri a atriz. 'Todo mundo sabe que não vai continuar assim por muito tempo. Impossível. Ela está ali por uma razão e não sei o que essa nova revelação significa. Ela tem que se tornar uma pessoa melhor e ficar acima de tudo isso? Tenho o palpite de que isso vai lhe servir como amadurecimento e aí alguma coisa vai mudar. Alguma coisa, alguma hora, vai mudar e veremos flashes de quem a Regina era antes dessa redenção.'

'Tenho que interpretá-la assim por enquanto', diz Lana, 'porque ainda não defini, mas tenho uma vaga ideia de como vai agir quando se tornar a Rainha Má de novo'.

(Ian Spelling é redator freelancer de Nova York.)

Fonte: @portalMSN